sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ver ou rever Irma Vap. Eis a questão.



Fotos: Priscila Prade

escrito para a Revista Brasileiros
edição n° 15 – Outubro de 2008
www.revistabrasileiros.com.br


Ir ao teatro para assistir a uma nova versão de um espetáculo que marcou positivamente a nossa vida cultural gera no mínimo uma insegurança imensa. A situação é mais dramática quando a primeira versão tinha em cena Marco Nanini e Ney Latorraca, dois mestres da arte de interpretar. Dois monstros sagrados na arte de fazer rir.A qualidade da montagem será a mesma? Será que vou me divertir como há 20 anos? Será que os atores que estão interpretando os papéis perpetuados por aquela dupla de atores considerada imbatível vão dar conta do recado? Será que aquela cena vai ser tão prazerosa como foi da primeira vez em que a vi? Será que eles vão conseguir fazer tudo aquilo? O texto envelheceu? Será que será?Acredito que é assim que reagem os que vão ao Teatro Frei Caneca rever Irma Vap, de Charles Ludlam, direção de Marília Pêra, que também assinava a primeira montagem.O mais complicado de se estar na estrada há muito tempo, é que começa a pipocar na sua frente aquela fila interminável de remontagens. E não apenas no teatro. No teatro falado apenas os clássicos tinham esse direito e são reencenados sempre dependendo da idade dos atores. A certa altura da carreira alguém decide: "Estou pronto para fazer Hamlet", depois de um tempo é o momento de "estar pronto para interpretar Édipo", até chegar ao "estar pronto para o Rei Lear". Poucos vivem tempo suficiente para cumprir todas essas etapas, principalmente a última.Hoje as remontagens populares tomam conta das salas de espetáculo, mesmo sem que os textos sejam considerados clássicos. Só de espetáculos que envolvem o nome da Marília Pêra de alguma maneira são três: Brincando Em Cima Daquilo, Doce Deleite e finalmente Irma Vap. Crise na dramaturgia? Desinteresse pelo momento cultural em que vivemos? Ou apenas facilidade na busca de patrocínios?Irma Vap poderia facilmente ser colocada nessa última categoria. Ledo engano. A nova montagem, que acaba de estrear, o faz sem aquela lista interminável de patrocinadores e apoiadores e pode inaugurar uma retomada aos bons e velhos tempos quando os produtores associados investiam seus próprios recursos e aguardavam o resultado da bilheteria.Ao abrir da cortina, passado o susto inicial de não encontrarmos o Ney nem o Nanini, dá para relaxar e aproveitar as composições exuberantes de Marcelo Médici e Cássio Scapin para as diversas personagens que se alternam em cena sem deixar um segundo apenas para que respiremos. Como se fosse mágica, eles se retiram de cena pela direita e retornam pela esquerda vestidos de maneira totalmente diferente e impregnados por outras almas. Outras personagens.Os que estão sendo apresentados à Irma Vap pela primeira vez apenas se deleitam. Sem culpa e sem sofrimento e pode-se dizer que o espetáculo encanta os mais jovens como o fez na década de 1980. Com um humor simples, sem ser simplório, o texto ainda envolve a todos. Até mesmo os mais saudosistas, que insistiam em dizer que a montagem dos anos 1980 era melhor, mesmo sem ter ainda assistido a essa.Marcelo Médici usa e abusa de seus talentos para propiciar a todos momentos inesquecíveis. Sem pudor cênico, dá vida a uma Lady Enid repleta de detalhes criativos, assim como ao gentil homem, dublê de lobo, que trabalha na mansão assombrada.Cássio Scapin é mais contido e sua aparente seriedade lhe serve como contraponto para as hilariantes cenas em que protagoniza. Seja só, ou acompanhado, desenha com precisão as personagens que lhe cabem no vasto latifúndio do autor somadas as propostas da direção. E por que não dizer dos próprios atores que criam "cacos" baseados em outras de suas experiências cênicas. Pelo menos duas referências são feitas à atuação dele em outro Castelo, o do Nino.A direção de Marília Pêra prefere não fugir muito da proposta que já havia sido experimentada por ela na montagem anterior e se priva de utilizar mais tecnologia virtual que poderia dar mais atualidade à nova encenação, e seria muito bem-vinda. Haveria de se levar em conta que a nossa vida é muito mais agitada do que na época em que Irma nos visitou pela primeira vez.Os cenários e figurinos de Fábio Namatame são competentes e servem com perfeição para a montagem proposta, e se por um lado não surpreendem por não trazer aquele toque de "revisitando Irma", nos remetem delicadamente ao que já estávamos esperando.A diversão para o público é garantida e, para os produtores, além do prazer do reconhecimento do público e dos números ($$$) da bilheteria, traz aquele gosto do sucesso que só as produções independentes sentem. Será que as nossas produções já estão maduras para não depender das tais engessadas leis de incentivo?

TEATRO SHOPPING FREI CANECA
R. Frei Caneca, 569. Shopp. Frei Caneca. Consolação. T.3472.2229. Estac. do shopping. 600lug.Qui e sex, 21h30; sab, 21h; dom, 19h. R$60 (qui e sex) e R$70 (sab e dom). 10 anos.

Nossas Medeias e Jocastas




fotos: João Caldas

escrito para a Revista Brasileiros
edição n° 12 – Julho de 2008
www.revistabrasileiros.com.br


Uma história simples. Mãe viúva, filho único, uma empregada doméstica fiel. Todos eles têm sonhos e correm atrás deles. A mãe aproveita seus talentos culinários e abre um restaurante. Ele quer ser cineasta e parte para o Canadá para estudar cinema. A empregada doméstica sonha ser funcionária e segue a patroa como auxiliar da cozinha do restaurante. Poderia aí começar o desenho de um final feliz, sem questionamentos, mas são agregados novos e cotidianos ingredientes. Para manter os clientes, seria necessária uma constante renovação no cardápio do restaurante, mas a "chef" resiste a fazer mudanças. A vida dos outros personagens muda e a adaptação é difícil.Desde seu primeiro texto, encenado na década de 1980, Prepare Seus Pés para o Verão, ficava muito claro sobre o que Marta Góes queria falar e de que maneira iria fazê-lo. Os personagens do cotidiano seriam os seus alvos principais. Em A Reserva, que estreou no Teatro Cosipa, Marta continua fiel a suas idéias. É um prazer reconhecer seu estilo logo nas primeiras falas do espetáculo. Coisa rara nos dias de hoje, em que temos a sensação de que um único autor escreve tudo o que vemos. Seu texto faz com que enxerguemos os atos cotidianos através de uma lente, não de aumento, mas de foco apurado. E, abusando do humor refinado, o texto nos pega de jeito até nos rendermos emocionados à delicadeza com que ela aborda temas doloridos sem cair no dramalhão. A Reserva nos faz refletir sobre nossas próprias histórias e, em alguns momentos, até nos induz ao melodrama pessoal. Gera um sentimento dolorido e em seguida nos faz rir de nossa autocompaixão. Dói, mas é bom; diverte, mas dói. Receita perfeita. Em A Reserva, Marta Góes revela camada por camada dessas personagens e nada de braçada quando mescla seu humor doce ao sabor amargo do dia-a-dia.Grandes heroínas são muito mais fáceis de ser desenvolvidas como personagens; o difícil é dar consistência a esse universo cotidiano repleto de pequenos gestos e grandes emoções: Medéias e Jocastas de forno e fogão.Impossível não se render à interpretação de Irene Ravache. Ela é Vera, a mãe: a dela, a minha, a nossa, nós mesmos. Ela, Vera, declara amor incondicional por sua arte de cozinhar. Irene entende e mergulha fundo, e nos oferece o melhor prato: seu talento. Os textos de Marta já tiveram grandes intérpretes - Marisa Orth, Regina Braga, Tânia Bondezan -, mas é na interpretação de Irene Ravache que suas palavras alçam vôo e nos atingem visceralmente. Irene interpreta essa mulher com tanta sabedoria e emoção que se torna uma arma mortal para os menos avisados. A platéia se deleita com sua fala mansa, sua ironia e sabedoria cênica.Patrícia Gasppar vive Madalena - a empregada que vira assistente de cozinha no restaurante -, e ninguém melhor que ela para compreender esse universo delicado proposto pelo texto e pela direção. Patrícia transforma Madalena em protagonista de uma história paralela - a sua própria história -, sem abandonar por um momento sequer o barco da trama central. Quando usa seu talento para as cenas de humor, Patrícia arranca gargalhadas da platéia. Sua interpretação de "She", de Charles Aznavour, com letra adaptada para a compreensão tosca da personagem, diverte e ao mesmo tempo continua escrevendo essa história tão conhecida de todos nós. Na maioria das vezes não sabemos sobre o que falamos, mas nossas histórias vão se completando no tropeço de um texto inventado.Evandro Soldatelli vive Zeca, o filho de Vera, e como um bom filho se alimenta e se aproveita do contato com essas mulheres (mãe, atrizes, autora e diretora) e convence a platéia.A montagem é extremamente bem cuidada e envolve profissionais dos mais experientes. A direção competente de Regina Galdino, sem invadir, dá suporte a todas essas qualidades. O cenário criado por Fábio Namatame veste com sabedoria esse recorte do cotidiano e através de seus nichos, recheados com elementos difusos que, ao ser iluminados, protegem e revelam a memória de cada instante vivido pela personagem central, complementam a escrita de Marta.A trilha sonora de George Freire está lá, mas não avança o sinal em momento algum, acompanhando a iluminação competente de Ney Bofante. Nada melhor do que uma comida caseira para saciar nossa fome.
SERVIÇOA Reserva, de Marta Góes, com Irene Ravache, Patrícia Gasppar e Evandro Soldatelli, direção de Regina Galdino.Teatro  Cosipa CulturaAvenida do Café, 277, Jabaquara, metrô Conceição. Estacionamento em frente. Vale a pena ir de metrô.Tel. (11) 5070-7018

O Eclipse


Fotos: Priscila Prade
escrito para a Revista Brasileiros
edição n° 13 – Agosto de 2008
www. revistabrasileiros.com.br


Eleonora Duse, a grande dama do teatro moderno, personagem central do espetáculo O Eclipse, em cartaz no Teatro Jaraguá, em São Paulo, ainda é pouco conhecida entre os brasileiros. Ela nasceu na Itália em 1858, viveu até 1924 e ficou famosa por transformar a "arte de representar" em a "arte de interpretar". Introvertida, Duse dividia com a extrovertida Sarah Bernhardt o pódio de melhor atriz do mundo. A grande Sarah, como toda celebridade, usou de todos os artifícios para chegar ao estrelato. Duse, apesar de ter tido uma vida amorosa bastante efervescente, preferiu mantê-la longe dos refletores e se negava a falar de algo que não fosse a sua arte.Em 1907, doente e enfrentando uma crise existencial, ela esteve em São Paulo, onde interpretou Hedda Gabler, de Ibsen; La Gioconda, de Gabriele D'Annunzio, e A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas. O público adorou Duse, ela odiou São Paulo. Estava coberta de razões.As atenções dos paulistanos ficaram divididas entre "A Divina Duse", como ficou conhecida, e o eclipse lunar que aconteceu na mesma semana de suas apresentações no Teatro Sant'Anna, na Rua Boa Vista. Tenho certeza que os que optaram por vê-la em cena fizeram a melhor opção. Duse era única e o Universo continuou a nos oferecer diversos tipos de eclipses.Inspirada nessa conjunção astral, Jandira Martini desenha com perfeição a história dessa mulher tão carregada de emoções e pensamentos profundos sobre a vida e a arte. A platéia de O Eclipse se delicia com o humor italiano de ambas: autora e personagem. Para levar o espectador à loucura, além de escrever essa bela história, Jandira Martini também interpreta o papel de Duse e, sem fazer pose de grande dama de ambas as artes, ela é capaz de nos conduzir por esse universo do teatro, da delicadeza da alma e da generosidade.É na relação entre Eleonora Duse com o cozinheiro Pietro, um imigrante italiano que trabalhava no hotel onde ela ficou hospedada em São Paulo, interpretado por Roney Facchini, que Jandira propõe um balanço da vida da atriz que, impaciente, vai mostrando suas fraquezas, suas verdades. Roney abre o seu coração e dá vida a essa personagem tão ligada à melancolia tipicamente italiana. É quase possível ouvir uma canção napolitana como fundo musical durante as suas cenas. Pura emoção.Pragmático, Francisco Serrador, o espanhol que criou a primeira sala de cinema em São Paulo, vivido por Maurício Guilherme, dá as deixas para que Duse mostre suas garras e, com ironia, fale das coisas em que não acredita. Serrador sonha e através de sua visão obstinada e cega, ingredientes fundamentais para aqueles que estão de olho no futuro, pede que ela permita que ele a filme. Ela se nega e explica suas razões. Seu trabalho não sobreviveria sem a sua principal ferramenta, a fala. De certo modo, a crença de Serrador no cinema e no futuro a fascina. Vale lembrar que, tempos depois, quando esteve afastada por alguns anos do teatro, Duse rende-se e deixa-se perpetuar num filme mudo. Não por ele, claro.Cabe aqui discutir o papel de artistas que dedicam grande parte de suas vidas à comédia, como Jandira, Roney e Maurício Guilherme, e que quando se deparam com personagens tão delicadas oferecem o melhor de suas emoções. Aqueles que conseguem nos fazer rir são os únicos capazes de nos emocionar de verdade. Dá para concluir que só o humor constrói.A direção de O Eclipse é assinada por Jô Soares, outro artista dedicado ao humor, que, por sabedoria, ou respeito, pouco interfere nas criações de artistas com tanto a dizer.Se os figurinos, trilha sonora e cenários não colaboram de maneira positiva para enriquecer o espetáculo, também não chegam a atrapalhar. A emoção do texto que recebe o adjetivo de comédia dramática é inabalável.Para a platéia não sobra nada além do deleite. Eleonora Duse comenta em uma de suas falas que sempre se falou que o teatro da palavra estava morrendo, mas que como um Fênix ele se reinventaria e sobreviveria para sempre. Essa montagem de O Eclipse é uma prova que a arte de interpretar está mais viva do que nunca.

Crise no cabaré





escrito para a Revista Brasileiros
edição n° 14 – Setembro de 2008
www.revistabrasileiros.com.br/


Quem vai pouco ao teatro não tem a menor idéia do imenso talento de Stella Miranda, atriz que vive a popular síndica do Condomínio Jambalaya, Dona Álvara, no seriado de humor Toma Lá Dá Cá da rede Globo de televisão.
Com uma carreira brilhante, Stella transita entre o mais deslavado besteirol e as mais elaboradas produções teatrais que é o caso de Caidaça - A verdadeira falsa cantora de cabaré. Isso sem falar em sua passagem meteórica pelo mundo da música sertaneja quando fomos acometidos pela invasão da “agromusic” e encarnou ao lado de Kátia Bronstein a dupla caipira-chic Xicotinho e Salto Alto.
Nascida em São Paulo e formada em Paris, Stella participou como atriz e diretora de grandes musicais e por seus trabalhos recebeu os mais cobiçados prêmios do teatro brasileiro como o Sharp, Shell e Governador do Estado do Rio de Janeiro.
Sua atuação em Império, de Miguel Falabella, como Carlota Joaquina, no ano passado, era avassaladora. Voz e atuação primorosas, fora seu talento nato para o humor de qualidade.
Segundo a própria Stella, Caidaça - A verdadeira falsa cantora de cabaré é um espetáculo inédito e pouco tem a ver com o Caidaça Na Fossa que protagonizou no final dos anos 80, com direção assinada por ela e por Flávio Marinho, e só se apresentou no antigo Ópera Room, em São Paulo.
Apoiado por uma trilha musical nada convencional, que vai de Tom Waits a Amy Winehose, o texto conta e canta a história de Jesca Azurita, uma cantora de cabaré neo/pós decadente em busca de si mesma.
E em um determinado momento do espetáculo a personagem se explica: “Do lado de minha mãe só havia professores e padres. E do lado paterno, alcoólatras e loucos. Procurei fazer uma síntese."

Em Caidaça, que ficará em cartaz no Espaço Sérgio Porto, Rio de Janeiro, até início de outubro, Stella Miranda canta 17 músicas, a maioria de Tom Waits, acompanhada por Luiz Antonio Gomes, Ronaldo Diamante, Elcio Cáfaro e David Ganc. O espetáculo conta ainda com a participação de Carol Machado e Daniel Kristensen. Gringo Cárdia assina a direção de arte e a cenografia e Deborah Colker a coreografia.


Serviço
Caidaça - A verdadeira falsa cantora de cabaré , de Stella Miranda. Com Stella Miranda, Carol Machado e Daniel Kristensen.
Direção Stella Miranda.
Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto Rua Humaitá 163 (entrada pela R. Visconde Silva)Botafogo - RJ 21 2266-0896


TEMPORADA ENCERRADA

Sonhos, música e doce de leite





Fotos: João Caldas
escrito para a Revista Brasileiros
Edição n°14 - Setembro 2008
www.revistabrasileiros.com.br


Muitos textos já foram escritos e encenados sobre o sonho de deixar a terra natal para morar na cidade dos sonhos, mudar de vida. Parece que boa parte da população do mundo alimenta essa fantasia de que a felicidade mora além do horizonte. Esquecemos que quando partimos, nos levamos junto.
Trieiros, de Doró Cross Silva e Regina Galdino, fala disso e de muito mais através dos depoimentos coletados no interior de Goiás e na periferia de São Paulo.
Três mulheres muito simples com histórias parecidas e sonhos distintos tecem suas narrativas e, acompanhadas de uma sanfona, nos levam a costurar as nossas próprias vidas, bordá-las e por vezes remendá-las.
Envolvendo a platéia, quase na sua maioria acomodada no mesmo espaço do que as atrizes, essas mulheres enternecem a todos os espectadores que abrem seus corações e dividem seus devaneios, sem pudor, com todos os demais presentes. Vale tudo. Confissões, receitas de comida, aspirações.
Navegando entre o drama e a comédia, questões sobre o medo do desconhecido, a vontade de experimentar o novo, o conforto da vida entre os “nossos”, são os temas propostos pelo texto. A platéia envolvida com essas personagens tão doces e frágeis acaba participando, contando suas próprias experiências e enriquecendo o próprio texto que funciona como uma trilha aberta para as emoções mais puras.
Acompanhadas pela sanfoneira Duda Maya, as atrizes Doró Cross Silva, Juçara Morais e Soraya Saide – que sempre surpreende com a sua compreensão cênica – ficam à vontade para dançar, cantar e transitar com sabedoria entre os papéis propostos pelo texto e a função de pesquisadoras da alma humana.
A direção de Regina Galdino mais uma vez opta pelo respeito à delicadeza do texto e assunto e acerta. Como numa boa quadrilha, as cenas se desenrolam numa seqüência que todos conhecem muito bem e, mesmo na hora da chuva ou de enfrentar a cobra, todos reagem naturalmente e sobrevivem.
Quando o coração da platéia começa a ficar muito sobrecarregado, as personagens/atrizes servem doce de leite caseiro para acalmar os ânimos. Todos respiram aliviados e tudo acaba bem.


Serviço

Trieiros, dramaturgia Regina Galdino e Doró Cross Silva. Com Soraya Saide, Juçara Morais, Doró Cross Silva e Duda Maya. Direção Regina Galdino.

Viga Espaço Cênico
Rua Capote Valente, 1323. Sumaré. SP / SP
Tel.: (11) 3801.1843
Até 28 de setembro.

Teatro Arthur Azevedo
Avenida Paes de Barros, 955. Mooca. SP / SP
Tel.: (11) 2605.8007
Reestréia 03 de outubro.
TEMPORADA ENCERRADA