domingo, 26 de julho de 2015




A Oficina Cultural Oswald de Andrade é uma das indicadas da 28ª edição do Prêmio Shell de Teatro – São Paulo, no primeiro semestre de 2015, na categoria Inovação: "Oficina Cultural Oswald de Andrade pela ampliação e renovação no acolhimento de projetos de Artes Cênicas, com a plena ocupação de seu espaço por Grupos e Companhias de Teatro, com uma ousada agenda cultural que potencializa a revitalização do bairro do Bom Retiro."

domingo, 24 de julho de 2011

Um tributo às diferenças


    Marcos Felipe como Luis Antonio Gabriela

Escrita para a Revista Brasileiros

edição nº 47 | Junho | 2011


Montagem Luis Antonio Gabriela, de Nelson Baskerville, põe em cena inquietudes e dramas pessoais, que também são universais, de forma emocionante e bem-humorada ao tratar de homossexualidade, transexuais e família

A homossexualidade e suas diversas manifestações, assunto ainda tão polêmico e em discussão no Senado e no Poder Executivo, nem sempre recebem tratamento adequado dos dramaturgos brasileiros. Raras são as montagens sobre esse tema que merecem ser vistas. Ou é encarado como tabu ou em novelinhas sem o menor conteúdo ou, ainda, em casos piores como comédias esculachadas em que os gays são motivo de piada ou chacota.

É incrível que o tema sexualidade ainda gere discussões em nosso País que tem tanto orgulho de ser emergente. Estamos ilhados na América Latina e rodeados por pensamentos e ações que nos deixam para trás em matéria de Direitos Humanos e compreensão do que sempre foi e sempre será humano.

Em cartaz no Galpão do Folias, Luis Antonio Gabriela, montagem do Grupo Mungunzá, que tem Marcos Felipe no papel título, surpreende ao falar de homossexualidade, transexuais e família de maneira bem-humorada, emocionante e cenicamente muito bem resolvida. A peça é, antes de tudo, um pedido de desculpas do autor, Nelson Baskerville, a seu irmão, com quem mantinha (inocentes) relações sexuais na pré-adolescência e que acabaram marcando negativamente a vida do autor. Nelson reagiu mal e com o passar do tempo exorciza seu passado despudoradamente diante dos espectadores.

A família de Luis Antonio e de sua nova mãe era algo comum para aquela época. Pai viúvo, com filhos, casa-se com mãe viúva, com filhos. Luis Antonio e Nelsinho foram imediatamente aceitos pela nova mãe. A história seria simples, com almoços e brigas dominicais, se não fosse o comportamento de Luis Antonio. Ele era um ser preso em um corpo que não reconhecia como seu. Luis Antonio queria e conseguiu ser Gabriela, um travesti.

A montagem, dirigida pelo próprio autor, envolve a todos, colocando família, fidelidade, felicidade, amor e sexualidade, todos com o mesmo peso. Sem hipocrisias. As escolhas cênicas são muito simples e é talvez por essa razão que levam a plateia ao profundo deleite. A música ao vivo passa a quilômetros dos empolados musicais nos quais os agudos estão nos lugares certos e os tons são respeitados com rigidez. A música está lá, presente, assim como a sensibilidade dos atores dessa história dura, mas repleta de ternura. Iluminação, figurinos, intervenção dramatúrgica, elementos cênicos se desenvolvem em perfeita harmonia.
Como bom espectador que sou - tanto de montagens teatrais quanto da vida e atuação desses personagens que vivem à margem e que merecem, no espetáculo, citação musical de Lou Reed, Walk on The Wild Side -, a montagem me transportou para momentos adormecidos em minha memória e no final fiz a minha lista de Gabrielas: Claudia Wonder, Vera Abelha, Vicky, Barbarella, Condessa, Tania Starr, Meise, Lola, Makiba, Aloma, Biá, Phedra de Cordoba. Não é para menos que ao final, a plateia aplauda em pé e com gosto. Estamos todos em cena, com nossas inquietudes juvenis e adultas, nossos sonhos, nossos pedidos de desculpas, nossas declarações de amor, nosso olhar generoso para o que é diferente de nós mesmos.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Os Mistérios de Clarice

Escrita para a Revista Brasileiros
edição nº 34 | Maio / 2010
www.revistabrasileiros.com.br/

Pensar é dar voz – ainda que sussurrada – à alma. Escrever é materializar o pensamento. Interpretar é transformar o pensamento em ação, oração.


Ao emitir o seu primeiro som, Beth Goulart apresenta ao público uma Clarice com um sotaque pesado de estrangeira. Antes que se tenha tempo de estranhar o fato, a atriz, na voz da própria Clarice, explica que, apesar de todos pensarem que ela fosse russa - na verdade, nasceu na Ucrânia e logo se naturalizou brasileira -, faz questão de afirmar que é brasileira e que os "erres" guturais são apenas um pequeno defeito de nascença. Mais uma vez, mantém a plateia apreensiva na espera das próximas ações da mulher que marcou a literatura brasileira com suas frases insuperáveis sobre os mistérios da alma humana. Basta apenas um minuto, ou menos, para que tenhamos a certeza de que percorreremos esse caminho como se estivéssemos dentro de um carrinho de montanha russa, por vezes subindo com muita tranquilidade, porém nos fazendo refletir que muito em breve estaremos despencando com a respiração ofegante e os batimentos cardíacos alterados.

Beth Goulart mais uma vez mostra que não fez uma opção fácil. Isso é uma marca da sua carreira nos palcos. Os caminhos fáceis não fazem parte de sua história. A vocação, o talento e o empenho caminham paralelamente. Como disse Clarice Lispector: "Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir". Beth Goulart tem todos esses atributos.

Durante muito tempo, eu pensei que a literatura de Clarice só dizia respeito às mulheres e confesso que só fui conhecê-la bem mais tarde, já maduro. Só então pude apreciar toda a sua sabedoria, todos os tons de sua voz: doce e materna, passando para a mais aguda, chegando à mais grave.

Ao falar de Clarice, impossível não se lembrar de grandes mulheres que aos poucos e, em rápidas passagens, são projetadas em meus pensamentos: Cacilda Becker, Adélia Prado, Maria Della Costa, Maria Bethânia, Cleyde Yáconis. Ela contém todas essas mulheres em seus escritos. Sua maneira de amar a vida e a arte e o desvendar dos mistérios de ambas me ajudam a entender esse universo feminino com mais clareza.

A magia do espetáculo segue com suas insuperáveis frases sobre a vida, o amor, Deus, a morte - na voz dura e ao mesmo tempo bem-humorada da própria autora. O roteiro assinado pela atriz apresenta também trechos de parte da literatura de Clarice e a atuação diferencia com muita delicadeza o dia a dia da autora e o de suas personagens. O apoio fundamental para as mudanças necessárias vem em parte dos eficientes figurinos assinados por Beth Filipecki.

A direção assinada pela própria Beth Goulart, com supervisão de Amir Haddad, colabora e muito para que o texto de Clarice chegue ao público de maneira clara e emocionante.

A produção impecável traz as assinaturas imprescindíveis de Maneco Quinderé, na luz, e Westerley Dornellas, na maquiagem. A lista de profissionais envolvidos é bastante extensa, o que deixa claro, mais uma vez, que um monólogo é o espetáculo que tem em cena apenas um ator, mas deve ser apoiado por outros criadores adjuntos.

Simplesmente Eu, Clarice Lispector

Reestreia em Setembro no Teatro Renaissance / SP














sexta-feira, 5 de março de 2010

O MILAGRE DA CRIAÇÃO

Escrita para a Revista Brasileiros
edição nº 31 / Fevereiro 2010
www.revistabrasileiros.com.br/


No início existiam apenas trevas, depois se fez a luz e começaram a ser criados os outros elementos e seres. Essa versão simplista, criacionista, talvez não sirva para o homem, mas, com certeza, se encaixa perfeitamente para a criação teatral.


No teatro, e especialmente em In on It, a luz, de repente, desponta. Nesse momento, surgem os atores. São criaturas e também personagens. Essa geração mínima inicial vai se desenvolvendo em vários personagens. Alguns com conteúdos que se assemelham aos da gênese. Outros com anseios opostos, para que todos, juntos, possam evoluir.


O mais curioso é que o próprio autor, o canadense Daniel MacIvor (que também desenvolveu as carreiras de ator, roteirista e diretor de teatro e cinema), fala por intermédio de um dos personagens, uma criança: "Se Deus teve apenas dois filhos, com quem eles se relacionaram?". A ingenuidade infantil gera o questionamento: como chegamos a ser tantos?

No teatro, isso se resolve com mais tranquilidade e os personagens se reproduzem conforme a necessidade de conhecimento dos próprios autores. Multiplicam-se, e esse número pode ser infinito enquanto não resolvermos as questões da alma humana.


A dramaturgia de MacIvor é instigante e favorece o jogo cênico que vai se desenvolvendo de maneira desconstruída, mas, ao mesmo tempo, extremamente ordenada e que ousa e consegue contar a história de cada um de nós.

Ressonância magnética


O fato de os dois personagens em cena serem gays não é um dado fundamental, mas remete mais uma vez à criação e não à procriação. Sem estereótipos, a história de amor mal resolvida entre eles permite o distanciamento ético e estético dos dois, deixando claro mais uma vez que somos um e como tal temos de nos reconhecer.

Enrique Diaz, o diretor que tem nos oferecido na bandeja algumas das mais belas obras que o teatro brasileiro já produziu nos últimos anos - como a Gaivota (tema para um conto curto) e Ensaio.Hamlet -, abraça o texto de MacIvor e com a mão segura caminha, passo a passo, com os atores. É possível senti-lo em cena como o terceiro elemento. Sua concepção cênica para In on It é delicada e, ao mesmo tempo, tão presente, fazendo a plateia se deleitar e respirar profundamente a cada mudança de ação, que são muitas. Tudo é simples e preciso como em um processo de tatuador: a cada nova cena, ele prepara o ator; em seguida, desenha a ação e, com a mão certeira, imprime as imagens e as cores que perpetuarão em nossas retinas.

O trabalho dos dois atores, Emílio de Mello e Fernando Eiras, é estonteante e se, por vezes, envereda pelo mais deslavado humor, em outras leva a plateia à mais profunda emoção. Por meio deles, os homens e mulheres que interpretam são fatiados em camadas, como em um aparelho de ressonância magnética, ou tomografia computadorizada. Ao público é entregue apenas a essência. Embora somente Fernando Eiras tenha sido indicado ao Prêmio Shell 2009, no Rio de Janeiro, Emílio de Mello atua nos limites da preciosidade do jogo cênico e vai além, realimentando a atuação do parceiro para que também atinja a perfeição.

Pela amostra da primeira grande estreia do ano, 2010 promete ser um grande ano para o teatro. Resta ainda informar que a expressão In on It poderia ter várias leituras, mas o uso mais recente da expressão pode ser traduzido por "estar por dentro".

Teatro FAAP - Rua Alagoas, no 903

São Paulo (SP)
(11) 3662-7232 (11) 3662-7232 / 3662-7235
Até 14/04/2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DELÍRIOS DE UMA LOBA E SUA ALCATEIA






Escrito para a Revista Brasileiros edição n° 29 – Dezembro de 2009



José Possi Neto dirige a mesma peça, de Renato Borghi, duas décadas depois. E garante: “Não é uma remontagem”

Uma história de acerto de contas de relacionamentos amorosos serve de pano de fundo para o autor, Renato Borghi, discutir o teatro e a vida. No teatro nunca teve essa de "onde se ganha o pão não se come a carne". Tudo é visceral no mundo das artes. Uma separação, uma sociedade familiar desfeita e um terceiro elemento imposto à relação de muitos anos. Isso já foi discutido nos clássicos da Grécia Antiga e continua a ser assunto para as revistas de fofocas que envolvem os semideuses dos novos tempos, vulgarmente conhecidos como celebridades.


José Possi Neto já havia encenado A Loba de Ray-Ban, há 20 anos, no Rio de Janeiro, o mesmo texto tendo Raul Cortez, como protagonista; Christiane Torloni, vivendo a esposa; e Leonardo Franco, no papel de amante do Lobo (em São Paulo era Renato Modesto). O jogo é outro - e o triângulo amoroso agora é formado por duas mulheres e um homem -, mas a discussão permanece a mesma: amor, traição, sexualidade. Segundo o próprio Possi, essa peça "Não é uma remontagem. É como se estivesse encenando um clássico".

Com a vulgarização do espaço cênico, repleto de montagens malcuidadas, visando apenas a obtenção de altos valores de patrocínio e gordas arrecadações de bilheteria e encabeçadas por atores que sobrevivem da imagem televisiva, o bom teatro é cada vez mais raro.

O triângulo amoroso de A Loba merece tratamento primoroso da direção de José Possi Neto que, com sua mão firme e certeira, coloca tudo a serviço do espetáculo: os atores, cada foco de luz, bem como cada um dos elementos cênicos. Cenas de nudez masculina e de ternura "caliente" entre mulheres são levadas ao palco com extremo bom gosto e não chocam a plateia, ávida para ver o circo pegar fogo. E o circo pega fogo, mas não pela vulgaridade.

Possi mostra, em A Loba, que ainda há espaço para o bom teatro. Ele é um encenador que não economiza e tem deixado isso muito claro desde o início da carreira. Não consigo me esquecer de Tratar com Murdock, que ele encenou há algumas décadas. Possi apresentava, para uma pequena plateia, os aposentos de uma velha senhora repousando em seu leito, enquanto seu mordomo oferecia ao público, através de um tecido transparente, seus sonhos eróticos. O diretor nunca abandonou o teatro em que acredita para render-se ao simples. Com ele não tem essa de "um banquinho e um violão". Nas montagens assinadas por Possi, sempre serão necessários muitos violões e muitos banquinhos. E o mais surpreendente é que, na maioria das vezes, suas soluções mirabolantes parecerem muito simples.

A cenografia de Jean-Pierre Tortil e os figurinos assinados por Fabio Namatame dialogam com a dramaturgia e a direção. Ambos os trabalhos transitam entre o mais comum dos adereços aos mais sofisticados elementos que servem para contar a história dos personagens (e dos personagens vividos por eles). O teatro dentro do teatro. São malhas com tramas gigantescas, ponte levadiça e cortina quilométrica. Mais uma vez, cabe ao encenador usar cada um desses recursos sem que permaneçam inúteis e apenas elementos decorativos.

Assim como cada detalhe da construção cênica merece toda a atenção de seu maestro, os atores não são exceção. Cada gesto da bela protagonista, Christiane Torloni, é desenhado pelo encenador. Nenhum dos atores pode se sentir abandonado em cena tendo de lutar utilizando apenas os próprios talentos. Os tentáculos da direção se ocupam de tudo. Possi tira dos atores o melhor de cada um e o resultado são interpretações fortes e emocionantes, desde a experiente e velha parceira, Christiane Torloni - já acostumada a seus delírios - aos outros protagonistas da trama, Leonardo Franco e Maria Maya.


A Loba de Ray-Ban para no fim de dezembro, mas volta no início de janeiro no mesmo teatro em São Paulo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O CÉU POR TESTEMUNHA






Com direção de Júlio Maciel, cenário e figurinos de Marcio Medina, o Galpão apresenta Till, em montagem ao ar livre


escrito para a Revista Brasileiros edição n° 28 – Novembro de 2009 http://www.revistabrasileiros.com.br/

Comenta-se a boca pequena entre os frequentadores assíduos de teatro que não há nada mais dolorido que assistir a um mau espetáculo. A situação normalmente é constrangedora: os atores estão ali, ao vivo, e você está rodeado por outros espectadores aflitos, passando pela mesma agonia. Isso não é bom para nenhum dos lados da tal da quarta parede. Quando a quarta parede deixa de existir e somos presenteados com um belo espetáculo, e esse é o caso de Till, a saga de um herói torto, do Grupo Galpão, nada pode ser mais estimulante. É no teatro ao ar livre, benfeito, que a plateia se comporta como cúmplice dos atores e tem, sem metáforas, o céu por testemunha. Puro prazer: a igreja chama isso de comunhão.


A Idade Média é a época em que vive a personagem principal, Till, um jovem que demorou anos para sair do ventre da mãe, por pura preguiça. Ele nasce sem inteligência e depois é desprovido da consciência, resultado de um acordo com o Diabo (Chico Pelúcio) para garantir sua sobrevivência, ao ser condenado à morte por uma de suas falcatruas. Fica difícil não comparar Till aos nossos heróis populares, Macunaíma, de Mário de Andrade, e Pedro Malasartes - que já foi personagem de ópera de Guarnieri com libreto de Mário de Andrade.


Till Eulenspiegel é a versão alemã de Pedro Malasartes, personagem folclórico que ganhou em cada recanto do Brasil uma versão de sua história e, dizem, teve sua origem na Europa, onde cada país cultua os seus "Pedros" e "Tills". Ou seja, em todas as culturas, onde há grandes diferenças sociais, podemos encontrar contos populares em que o pobre é o espertalhão e o rico é um tolo.


Apesar da distância histórica, Till está visceralmente ligado a todos os brasileiros dos dias de hoje, principalmente os que vivem na cidade de São Paulo e em outros grandes centros urbanos - onde estamos rodeados de moradores de rua que seguem perambulando por aí, tentando sobreviver de pequenos expedientes e aos golpes dos exploradores da miséria humana. Basta caminharmos por nossos elegantes bairros e alguém tem uma história para contar dos moradores a céu aberto.


Além do desaforado Till, vivido magistralmente por Inês Peixoto, e sua mãe, incorporada por Teuda Bara - atriz mineira das mais cultuadas -, um trio de cegos diverte e emociona a plateia com as suas peregrinações em busca das Cruzadas de Jerusalém. São eles os protagonistas de uma das mais belas cenas, escrita por Luis Alberto de Abreu, em que Alceu (Simone Ordones), ferido mortalmente em uma batalha pede ao amigo Borromeu (Antonio Edson) que o beije para que não morra sem conhecer a sensação de ser beijado. Isso resulta em uma breve pausa na luta de classes vivida pelo povo e encabeçada pela consciência de Till, que vaga independentemente do seu corpo. Mas como nas guerras que vivemos, o impacto do ato tem curta duração.


Além dos atores já citados, todos os participantes do Grupo Galpão dominam a cena com maestria e dedicam-se não somente à atuação como à execução de instrumentos que nos remetem aos sons envolventes e bem-humorados da Orquestra para Funerais e Casamentos de Goran Bregovic - que ficou conhecido pela trilha sonora de Borat.


A nova montagem do Grupo Galpão, que retorna à linguagem de teatro de rua, é primorosa. Para os que tiveram a sorte de ter assistido à versão de Romeu e Julieta, do mesmo grupo, espetáculo que povoou durante anos o imaginário dos amantes do bom teatro como uma das mais belas montagens do clássico de Shakespeare, é como se um retorno no tempo nos tivesse brindado com as mesmas emoções. Muito humor, luta pela sobrevivência e momentos de extrema emoção e beleza.


Till, a saga de um herói torto já se apresentou no Rio de Janeiro, em várias cidades de Minas Gerais, em São Paulo, e seguirá sua turnê pelo Brasil e pelo mundo. Esperemos que como em Romeu e Julieta e A rua da amargura, obras-primas da companhia mineira, esse novo trabalho permaneça em cartaz por muito tempo para que possa atingir a um público ainda maior do que os mais de 50 mil expectadores que já o assistiu.

Informações sobre a agenda do
Grupo Galpão no site:
www.grupogalpao.com.br